sábado, 24 de outubro de 2009

Casto meu.

"De que maneira chove a chuva tão certa de que é certo chover?"
...
"Ela chove certa que não vai deixar o Sol secar ou deixar morrer."


Últimamente ando traçando um caminho acompanhado de uma trilha sonora. Tenho passeado numa estrada meio abandonada, sozinha num carro anos 60, azul bebe.
São dias inteiros de bastante calor, o sol reflete o parabrisa enquanto eu, continuo sem destino.
E não adiantaria tantos quilometros sem os cigarros, sem Brenda Lee, sem Doris Day...
Tento incansáveis vezes livrar - me de todos os pensamento, deixar a mente clara e lúcida, para poder ouvir somente a música, mas meu corpo não leva em conta o vento no rosto secando lágrimas, forçando sorrisos.
Eu quero lembrar, eu crio situações ao meu favor, eu alimento falsas verdade, pequenos pecados, algumas esperanças.
Desvio a atenção, quero o barulho do motor, ele vibra, a sensação orgástica faz com que venham todos os pensamentos e quando abro os olhos ... ainda estou na estrada.
Já não sei mais quando vou parar.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

J. C.

"Sabe quando você pinta um quadro na memória? Nele tem um campo, crianças correndo e uma mulher encostada na porta? Aquela mulher não é você. E por um breve momento de realidade o quadro borra e você percebe que por trás da sua pintura aquele desenho era a cidade..."


"Pediram - me uma vez para que explicasse a minha filosofia e eu disse :
- Simples! Eu sou o subúrbio e você o centro."

"Eu gosto da respiração ofegante, de um coração disparado, do rosto corado, das pernas mexendo frenéticamente e uma mão acalmando de repente."



"Queria mais momentos como o momento em que entrei naquele onibus. Escureci o tempo com as cortinas fechadas, ouvia uma boa música, de voz calma, bem perto dos ouvidos. Estava a caminho da minha casa, mas, o onibus não havia saído, vinte minutos, dez paras quatro, olhando no relógio tão incoveniente, queria que ele parasse junto com o tempo, pelo tempo que eu quizesse, naquele instante, naquele pensamento."



"O ódio e o amor, dois lados da mesma moeda. Mas a mesma moeda, não se divide, não se separa... triste, não é mesmo ? As coisas que me são propostas são hipocrisias de uma confusão, a hipótese de ser real e estar com uma falha, encomoda muita gente, não a mim, eu sei viver com os meus erros e com os meus segredos ... confuso ? É quase a mesma coisa que negar uma nota de cem porque esta rasgada. Não rejeito, da - se um jeito de recupera - la, mesmo rasgada ela ainda me tem valor."



"Eu tenho abstinência, falta, vontade. Passei alguns momentos olhando para o telefone, agradeço meu orgulho, o combinado é não ligar. Combinei comigo mesma. Eu escrevo pra passar o tempo e acabo lembrando de qualquer jeito, escrevo sem olhar as letras, releio tudo... e olhe, veja só, a mente lembra de cada coisa, eu penso até no que ainda não aconteceu. No que, dizem por ai, que nunca poderá acontecer. Estou esgotada. É muita informação, as palavras agora já nem fazem muito sentido. Mas na verdade, não é verdade, não é mesmo ?"