quarta-feira, 17 de março de 2010

O cheiro do livro na biblioteca da cidade.
Lá, havia uma janela grande que enquadrava o resto do tempo lá fora e deixava o cheiro de, quinta feira a tarde, passear lentamente, enquanto encontrava - se com o cheiro de café preto com o perfume das folhas do livro novo.
Usava um tênis confortável, jeans rasgado, uma meia calça preta por baixo, camisete branca e um terninho preto, estava assim, sentada no sofá envolto as preteleiras de madeira fina.
Mesmo que estivessem, as pessoas da sala ao seu redor, mesmo que estivesse só, mesmo assim, não faria o tempo voltar a correr, pois, havia entrado em um transe, no mundo que era só dela, onde desejava estar de verdade. Aquele seu mundo paralelo era perfeito.
Não era mau quando, estagnada na mesma página durante muito tempo, já nem se emportava com a história, depois, retomaria sua leitura, sem esquecer onde havia parado, como se não estivesse perdendo tempo.
Nunca usou relógio, desejou durante muito tempo que sempre fosse final de tarde fresca e ensolarada, gostava da noite de estrelas e de ficar acordada de madrugada. _ Quanto tempo. Ela pensava, já cansada as vinte duas horas, não dormia mas que isso.
Vontade de ler um livro com tanta força que mesmo mil páginas não fariam parar de ler.
A cadeira na sacada do apartamente no ultimo andar, em uma noite estrelada e fria. Usando um palestino no pescoço, bebendo vinho tinto na taça, os pés pro alto e o olhar perdindo novamente no mundo ideal, a tv está ligada e todas as luzes apagadas, muito bem acompanhada de um beijo na boca.