sexta-feira, 16 de outubro de 2009

J. C.

"Sabe quando você pinta um quadro na memória? Nele tem um campo, crianças correndo e uma mulher encostada na porta? Aquela mulher não é você. E por um breve momento de realidade o quadro borra e você percebe que por trás da sua pintura aquele desenho era a cidade..."


"Pediram - me uma vez para que explicasse a minha filosofia e eu disse :
- Simples! Eu sou o subúrbio e você o centro."

"Eu gosto da respiração ofegante, de um coração disparado, do rosto corado, das pernas mexendo frenéticamente e uma mão acalmando de repente."



"Queria mais momentos como o momento em que entrei naquele onibus. Escureci o tempo com as cortinas fechadas, ouvia uma boa música, de voz calma, bem perto dos ouvidos. Estava a caminho da minha casa, mas, o onibus não havia saído, vinte minutos, dez paras quatro, olhando no relógio tão incoveniente, queria que ele parasse junto com o tempo, pelo tempo que eu quizesse, naquele instante, naquele pensamento."



"O ódio e o amor, dois lados da mesma moeda. Mas a mesma moeda, não se divide, não se separa... triste, não é mesmo ? As coisas que me são propostas são hipocrisias de uma confusão, a hipótese de ser real e estar com uma falha, encomoda muita gente, não a mim, eu sei viver com os meus erros e com os meus segredos ... confuso ? É quase a mesma coisa que negar uma nota de cem porque esta rasgada. Não rejeito, da - se um jeito de recupera - la, mesmo rasgada ela ainda me tem valor."



"Eu tenho abstinência, falta, vontade. Passei alguns momentos olhando para o telefone, agradeço meu orgulho, o combinado é não ligar. Combinei comigo mesma. Eu escrevo pra passar o tempo e acabo lembrando de qualquer jeito, escrevo sem olhar as letras, releio tudo... e olhe, veja só, a mente lembra de cada coisa, eu penso até no que ainda não aconteceu. No que, dizem por ai, que nunca poderá acontecer. Estou esgotada. É muita informação, as palavras agora já nem fazem muito sentido. Mas na verdade, não é verdade, não é mesmo ?"

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